Especialistas ouvidos em uma audiência da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre transição energética afirmaram que o biogás e o biometano terão um papel significativo no processo atual de descarbonização de setores poluentes da economia brasileira. Ao mesmo tempo, destacaram a necessidade de ajustes legislativos para transformar passivos ambientais em ativos energéticos.
A Associação Brasileira do Biogás (Abiogas) estima que as 885 plantas de produção de biogás existentes representam apenas 4% do potencial brasileiro. O biometano, com 20 plantas de produção, pode aproveitar a estrutura instalada de biogás, ampliando as perspectivas do setor, segundo o presidente do conselho de administração da Abiogas, Alessandro Gardemann.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) reconhece que o biometano é a fonte de bioenergia que mais cresce no mundo, destacando sua importância para a descarbonização do setor agropecuário.
A ANP já está revisando suas resoluções internas para promover a produção de biogás e biometano.
Transição Energética
Na audiência, foram apresentados casos bem-sucedidos no setor empresarial, como o da montadora Scania, que prevê um futuro com diferentes tecnologias de combustíveis para veículos pesados, e da empresa Cocal, líder no setor sucroenergético, que produz biogás e biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar.
Outra fonte importante de biogás e biometano são os aterros sanitários e centros de reaproveitamento de resíduos, o que pode contribuir para acabar com os lixões que ainda existem em várias cidades do país.
O deputado Arnaldo Jardim é relator do projeto de lei (PL 4516/23) que trata dos “combustíveis do futuro” e destacou que o acesso à infraestrutura e a caracterização do atributo ambiental são desafios a serem enfrentados.
O Programa RenovaBio já evitou 117 milhões de toneladas de CO2 equivalente até janeiro de 2024 no Brasil, demonstrando os benefícios dos biocombustíveis na matriz energética do país.
(Com Agência Câmara).